EU SOU UM BOM OUVINTE

24 maio, 2025

   Estava eu em meu consultório relembrando um episódio marcante.

          Uma hipertensão arterial de difícil controle? Vários esquemas terapêuticos sem sucesso? Não, não. Na verdade, ele nunca se tratou corretamente. Porque não sentia nada, achava que não necessitava tomar medicamento. Erro grave. Mesmo não causando nenhum sintoma, a pressão arterial mantida alta, sem tratamento, acarreta modificações nos capilares arteriais de órgãos alvos levando-os à insuficiência. 

          Normalmente, em uma hipertensão arterial sem tratamento, sem controle, com o passar dos anos, acontece uma hipertrofia da musculatura cardíaca devido à força que o coração tem que fazer para vencer a pressão capilar arterial periférica continuamente. Em seguida, uma distensão de câmeras ventriculares com consequente diminuição de sua função. Ao mesmo tempo, instala-se uma retinopatia hipertensiva com progressiva perda da visão. A insuficiência renal e necessidade de hemodiálise é consequência evolutiva iminente. Sem falar o risco de um acidente vascular cerebral. 

          No caso deste paciente em questão, os órgãos primeiramente afetados foram os rins. Ele fez uma insuficiência renal crônica. Ficou em hemodiálise durante quase quatro anos. Durante esse tempo, esperou por um transplante renal de cadáver mesmo tendo uma filha saudável e apta para ser sua doadora. Não queria sacrificar sua filha. Seus cinco filhos e a esposa fizeram exame de compatibilidade e só a filha mais velha poderia doar, pois era a única que era completamente saudável. Os demais filhos eram hipertensos, todos, e um deles era também diabético.  

          O tempo passava e a inconveniência deste “incômodo”, a hemodiálise, mais a insistência da família acabaram por convencê-lo a aceitar o rim de sua filha. E assim foi feito. Nova checagem pré-operatória e o transplante foi marcado. Tudo correu como se desejava. O transplante foi um sucesso e nosso amigo ficou livre de hemodiálise. 

          Alguns dias depois, sua esposa, sempre presente em seu tratamento, muito confiante em mim, compareceu em meu consultório para agradecer a minha dedicação, agradecer meu carinho e paciência nos momentos de não aceitação da patologia e consequentes rebeldias e desobediências até à mudança de comportamento, passando pelos vários anos de hemodiálise até o final feliz com o transplante renal. Repentinamente ela começou a chorar. Chorava inconsoladamente. Arrastei a cadeira para trás e a deixei chorar. Fiquei observando. Não a interrompi. Eu sou um bom ouvinte. Depois do choro, vieram alguns minutos em silêncio. Ela se desculpou dizendo que estava tomando o meu tempo e que a sala de espera estava cheia de pacientes me aguardando. Eu respondi que não. Aquele tempo pertencia a ela, que ficasse à vontade e não se preocupasse com a demora. 

          Entre soluços, ela continuou. Disse-me que há trinta e sete anos ela guardava um segredo terrível que só ela sabia e, a cada ano que passava, mais difícil ficava se livrar deste peso. E sem me dar chance de opinar ela foi logo contando o tal segredo que tanto a atormentava. Disse que quando se casou ela estava grávida de outro homem e seu marido nunca desconfiara de nada. A filha que lhe doara o rim na verdade não era filha dele. Ninguém sabia deste segredo. Durante anos esta mentira a atormentava e ela nunca teve coragem de contar com vergonha e com medo da reação dele, de suas famílias bem como da sociedade. 

            Cabisbaixa e entre soluços perguntou-me se devia contar a verdade a todos. Antes de responder eu meditei um pouco. Nunca fui um bom conselheiro. Sempre fui melhor ouvinte. Falei. Falei com voz firme, convincente e cheia de verdade:  

          — Sua mentira deu à sua filha a oportunidade de crescer feliz com um pai de verdade. Sua mentira salvou seu marido trinta e sete anos depois. Continue em silêncio. Você não tem direito de interromper a felicidade que sua mentira provocou. 

Ela abraçou-me carinhosamente e saiu em silêncio. 

 

... E DEUS DEU-ME A HONRA E A GLORIA DE SER MÉDICO

23 maio, 2025

20-TODO MUNDO PODE SER PAPAI NOEL

 

 

 

          Era tarde naquela noite. Eu chegara cansado de um dia estafante. 

          Deixei o carro na garagem e caminhei para o elevador.     

           No saguão do prédio, alguns moradores faziam a decoração do Natal que já se aproximava.         Inúmeras crianças do prédio faziam uma festa em torno dos enfeites que, pouco a pouco tomavam a forma da maior festa cristã.          

          Neste instante, já no elevador, o telefone tocou. Uma voz angustiada me chamava para ir atender o seu marido. Parecia nervosa. Eu reconheci aquela voz. Estava chorosa e angustiada. Eram meus pacientes antigos. Eu não os via há vários anos. Eram muito ricos e, sempre me pagavam muito mais do que eu merecia.  Ela estava misteriosamente assustada e, quando o mistério é muito grande, “a gente não ousa desobedecer”. 

           Eu  estava muito cansado. Eu merecia um bom banho, mas voltei, peguei o carro e segui em direção ao endereço por ela fornecido. Achei estranho, pois, eles moravam em um bairro rico da última vez que fui chamado há vários anos.

           Enquanto dirigia em direção ao endereço fornecido, ouvindo uma boa e romântica música no rádio do carro, veio à minha mente a história deste casal. As histórias são sempre as mesmas: mudam os personagens, mas o enredo sempre se repete, em épocas diferentes, em regiões diferentes, com impactos e interesses diferentes. 

          Não posso revelar nomes de pacientes. Vou apelidá-los de “João e Maria”. Contaram-me eles, certa vez como clientes particulares que eram, que desde crianças, sendo eles, primos, viviam, brincavam, estudavam juntos, juntos cresceram, juntos sonharam e, não deveria, mas, o destino não o quis diferente ... se apaixonaram. E, não foi uma paixão qualquer. Não, não foi...  

          Ainda menores, esta paixão foi percebida por seus pais e demais familiares e severamente proibida. Foram afastados, punidos e castigados sem chance de explicação. Viveram, segundo eles, uma romântica e novelesca paixão por vários anos... Paixão esta, escondida, perseguida e repreendida. Mas, quando uma paixão é honestamente correspondida, nada consegue sufocá-la e, até o universo conspira a seu favor, conspira para seu fortalecimento e, sua concretização. 

            Segundo me contou, ele, viciado que era em loteria, ganhara em um concurso, uma enorme quantia e, ficara rico, muito rico. Cheios de sincera honestidade, tentaram mendigar junto aos seus familiares um apoio para sua relação, sem sucesso. Quiseram e foram proibidos de se casarem. O amor à família era muito grande, mas, o amor entre eles os cegava e os impelia a não admitir a sua fragmentação por preceito sociofamiliar. 

          “João e Maria” fugiram de seu estado, Rio Grande do Sul, e chegaram a Santos, São Paulo. Aqui, compraram um apartamento em um bom bairro e abriram um comércio: uma cervejaria e pizzaria muito bem localizada no coração da cidade. Ganharam muito dinheiro e, o medo da rejeição e repreensão, os levou a ficar longe de seus familiares que nunca imaginaram seu progresso financeiro e amoroso aqui na baixada santista. 

          Certa tarde, quando ele chegava à sua cervejaria, vários clientes saíam correndo gritando que era um assalto. “João” entrou apressadamente e viu sua amada “Maria” sob a mira de um revólver de um menor irresponsável. Impensadamente, entrou em defesa de sua amada e foi baleado no pescoço. Lembro-me, estava eu de plantão na UTI quando ele chegou trazido pelo resgate do corpo de bombeiros, corretamente abordado em seu primeiro atendimento. Colar cervical, ventilação mecânica com entubação nasotraqueal. Desperto. Tetraplegia espástica. Tirei o respirador e verifiquei que respirava com dificuldade, mas espontaneamente. Lesão medular provavelmente a nível de C5. Um pouco acima e morreria por incapacidade respiratória aguda. Estava condenado a uma vida vegetativa. Jamais sairia da cama. 

           Recebeu alta hospitalar. Várias vezes eu fui atendê-lo em seu apartamento de luxo. Como era de se esperar, e sua esposa muito bem orientada sabia, era um corpo inerte. Lúcido, orientado, mas sem nenhum movimento do pescoço para baixo. Sonda vesical continua, pois apresentava atonia de bexiga. Evacuação intestinal no leito. A alimentação também teria que ser assistida. 

          Anos se passaram e nunca mais os vi. Agora estava eu indo novamente ao seu encontro. 

         Cheguei. 

          Cheguei a um mal iluminado bairro, de ruas descalças com estranhos moradores, de olhares mais estranhos ainda. Um irritante e barulhento ladrar de mal-cheirosos cães orquestrava a minha chegada. Não demorei a encontrar a rua indicada e parei no número correspondente. Chovia muito. Escorregava bastante o chão de terra batida. Fui recebido por um pestilento cachorro desnutrido com costelas à mostra sob um couro despelado e sujo. Bati na porta e me anunciei... Após alguns segundos, uma voz conhecida me ordenou que entrasse. Empurrei a porta. Era um ambiente pobre, muito pobre. Parecia um cômodo só. Recebi em meus olhos os olhares de “Maria” e de “João” como um brilho de gratidão por eu ter atendido ao chamado. Suas faces brilhavam e irradiavam uma expressão de alívio inexplicável. Eu me senti um discípulo do próprio Cristo trazendo o pão da cura. Era uma visão triste. Antes, um lindo casal rico e cheio de vida. Agora ali naquele estado deplorável. Sentada ao lado do leito dele, ela, emagrecida desnutrida e despenteada, nada disse inicialmente. Debruçou o rosto sobre seu corpo e chorou muito. Observei em silêncio. Às vezes a melhor fala é o silêncio. 

         Do lado da cama, um caixote servia de mesa e, sobre o caixote uma pequena imagem de Nossa Senhora Aparecida e um copo descartável com um pouco de água e uma rosa vermelha. Representavam a fé e a vida. 

         Depois de refeita da emoção inicial, enquanto eu o examinava ela me contou rapidamente tudo que acontecera naqueles anos. Ela tentou todo recurso para tentar salvá-lo.  

          Gastaram tudo que tinham com hospitais e médicos que prometiam milagres e medicamentos irresponsavelmente ineficazes. Agora viviam miseravelmente, mas, ela não o abandonou. E nem eram casados. E nem haviam jurado diante do altar “fidelidade eterna”. E, ela não o abandonou. Mais uma vez, foi provado que indissolúvel é o amor, não o casamento. 

        Tinha febre. Grande úlcera de pressão em região sacra. Também os calcâneos apresentavam escaras de decúbito. Tanto as lesões dos calcanhares como a sacra apresentavam secreção purulenta e tecido necrótico a ser desbridado.  

         Levei-o para o hospital. Solicitei à cirurgia plástica uma extirpação dos tecidos necrosados daquelas feridas e à central de curativos um cuidado especial com aquelas lesões. 

          Programei deixá-lo internado por um longo tempo. Curativos diários, oxigenioterapia hiperbárica e fisioterapia. Com o auxílio de uma boa nutricionista, foi instituída uma hiperalimentação parenteral para garantir um bom aporte proteico sem o qual não se consegue cicatrizar as grandes úlceras de pressão. Antibioticoterapia, colchão caixa de ovo, mudança de decúbito de hora em hora melhoravam lentamente as escaras com o passar das semanas.            

           Não existe nenhuma pomada milagrosa que cure uma úlcera de pressão. O único remédio para essas “escaras de decúbito”, além dos cuidados acima, é não permanecer deitado em cima da ferida. 

             Consegui algumas coisas com esta ação. Dei a ele um conforto e cuidados dignos. Dei a ele, e a ela também, uma alimentação sadia e recuperei seu estado nutricional. Mas eles não poderiam morar no hospital e mais alguma coisa deveria ser feita. Insisti com eles para pedir ajuda a seus parentes e eles não aceitaram. Nasceram para sofrer aqueles dois? Teriam errado quando fugiram a contragosto de seus familiares? Estariam errados quando não procuraram seus familiares embrulhando em seu orgulho a dramática humilhação de seu fracasso? 

          Não tenho direito de julgá-los. Não tenho direito de responder estas questões. Tenho sim a obrigação de estreitá-los em meu abraço e sentir suas lágrimas secando em meu branquíssimo jaleco. Tenho sim a obrigação de fazê-los sentir a dignidade ainda viva em seus corações. Tenho sim a obrigação de fazê-los sentir que “a felicidade ainda existe” e porque ela existe não podemos desistir da vida, mesmo que difícil e empobrecida. 

            Mas entre posso e não posso, eu resolvi ser irresponsável desobediente dos direitos e sentimentos alheios e pedi à Assistente Social de nossa equipe multidisciplinar que tentasse localizar seus familiares no Rio Grande do Sul. Algu  ns dias depois ela me entregou vários números de telefones de seus parentes. Como eu não podia imaginar a reação de seus parentes, eu liguei dizendo que eu sabia do paradeiro deles e que gostaria que viessem para conversarmos, mas eles foram muito radicais se negando a qualquer diálogo, mesmo depois que eu contei o acontecido. Não me conheciam, e em um país de aproveitadores e corruptos como é o Brasil, toda desconfiança tem que ser entendida e respeitada. Eu me identifiquei e dei várias formas de checarem minha vida e mesmo assim insistiam em negar qualquer aproximação. Fiquei sabendo que ela tinha dois irmãos médicos e resolvi ser radical. Ameacei denunciá-los por abandono de incapaz se não viessem pelo menos conversar. Depois das conversas eles poderiam tomar a decisão que melhor lhes conviesse. Marquei um horário no ambulatório do hospital. E vieram! 

Quando chegaram, três dias depois, uma das secretárias veio me avisar que estavam à minha espera. Fui recebê-los. Dois casais de velhos, que seriam os pais dele e os pais dela. Dois irmãos dela que eram médicos. Estavam nervosos e irritadamente radicais. Alegavam que fizeram seus pais sofrerem muito e não mereciam compaixão. Contar novamente toda a história não foi possível, pois me interromperam com grosseria.  

Mas eu tinha um trunfo. Era Natal. Ninguém resiste ao “espírito de Natal”. Eu já havia deixado um CD do cantor e compositor Peninha tocando baixinho e apenas aumentei o som. 

Vê se tira de uma vez toda mágoa do seu coração 

Tá na hora de soltar a criança que existe em você 

Pega o barco da alegria sem medo e navega 

Deixa o teu amor fluir natural 

Porque vale a pena, porque a vida é linda 

Porque é natal 

Você pode se quiser, dividir pra somar com alguém 

Um sorriso, uma palavra de amor não machucam ninguém 

Hoje pode ser um tempo melhor do que ontem 

Basta cada um fazer seu papel e não tem desculpas 

Todo mundo pode ser Papai Noel 

Vem me dar de presente o teu perdão 

Um abrigo, um abraço, atenção 

Um brinquedo, uma luz, abre o coração 

Um amigo de fé traz o céu pro chão 

Vem se dar sem pensar em receber 

Teu carinho no escuro é um clarão 

Tem alguém precisando de você 

Um feliz natal, vamos dar as mãos 

Foi uma comoção total! Abraçaram-se, choraram, pediram perdão a Deus e quiseram ver o moribundo. Levaram-no de volta para sua terra para cuidar dele! 

Algum tempo depois fiquei sabendo que montaram uma clínica para cuidar de deficientes como ele. “João” foi o primeiro paciente desta clínica de deficientes. “Maria” gerenciava e orientava as cuidadoras. 

Algum tempo depois recebi de “Maria” um cartão apenas com os dizeres: Obrigada, Papai Noel. 

 

BOM SERIA QUE EU NÃO TENTASSE EXPLICAR

21 maio, 2025

EU NÃO SABERIA MESMO EXPLICAR ...

 

 

 

Meu pai era uma pessoa boa. Muito honesto, exigente, amistoso e austero ao mesmo tempo. Muito rigoroso em seus princípios e, em nome destes rigorosos princípios, nos castigava muito. Mas era um bom amigo quando estava calmo, quando obedecido, mas raríssimo era o dia em que não batia em um de nós e, quase sempre, em muitos de nós. Amava o futebol e a política. Seu Botafogo e seu PSD os defendia veementemente. Sabia tudo de futebol. E, como homem de bons princípios que era, sempre foi muito admirado pela sociedade. Viveu pela família e para a família a quem defendeu e tentou dar os melhores princípios de credibilidade e honestidade.  

Ele gostava muito de caminhar pelas poeirentas estradas do lugar. Eu gostava de acompanhá-lo e, em meio a tanta poeira, conversávamos muito. Ele ensinou-me muito sobre a vida, sobre as bondades e as maldades do ser humano.  

Eu amava aquele homem... Tínhamos o mesmo nome e ele me ensinou a chamá-lo de xará. Era meu herói. Eu tinha vontade de abraçar aquela criatura divina, apertá-lo em meus braços e enchê-lo de beijos molhados, mas sua rude criação não nos permitia tamanha intimidade. O único beijo que eu dei em meu pai ele estava morto no caixão para ser lacrado e enterrado.  

Mas por que estou contando isso? Porque ele sempre me alertava a nunca contar nenhuma história que pudesse ser desacreditada. E até dava um exemplo: se, porventura, você encontrar um extraterrestre, não conte para ninguém, pois as pessoas desacreditarão e poderão ridicularizar você. E pior, você não terá chance de provar a verdade!  

Dizia ele, cale-se se você se deparar com um ser de outro planeta.  

E eu o sabia sábio e sempre obedecia à sua sábia sabedoria. Sempre e sempre... Mas existem histórias que não podem ser omitidas. Nos chegam como gigantescos mistérios e os mistérios, quando muito grandes, não podem ser desobedecidos. Que riam deles os incrédulos e ou se alegre novamente meu coração com esta lembrança mágica.  

Estava eu em minha sala no ambulatório de hemodiálise da Clínica Nefrológica de Santos, anexa ao complexo hospitalar da Sociedade Portuguesa de Beneficência de Santos, SP. Era um momento de raríssima tranquilidade em meu ambulatório. A porta estava entreaberta. Uma senhorinha magra, raça negra, bateu fragilmente na porta e pediu para falar comigo. Imediatamente, como faço com todos que me procuram, eu me levantei, a peguei pela mão e a fiz sentar-se. Contou-me ela a história de uma paciente que estava há dias em uma maca do PS Central de Santos aguardando uma vaga para hemodiálise e esta vaga nunca aparecia. Implorou-me ajuda.  

Imediatamente eu liguei para os setores competentes e ela tinha razão. Porém, era um caso perdido. Tratava-se de uma senhora portadora de hipertensão maligna, falência miocárdica e insuficiência renal terminal e, para completar, era portadora de neoplasia ginecológica invasiva e com múltiplas metástases. Segundo o colega que me passou o caso sua pressão arterial não respondia a nada, estava completamente edemaciada e apresentava incontrolável sangramento vaginal. Antes de eu largar o telefone, me dirigi à senhorinha para dizer que era um caso perdido e quando cruzei seu olhar, uma mensagem de luz me transformou em um idealista irresponsável e, voltando ao telefone eu pedi ao colega que me mandasse a paciente e assim ele o fez. 

Quando me chamaram para fazer a internação da paciente eu não sabia por onde começar. Revi todos os exames e os repeti para comprovar a veracidade daquela pobre coitada. Severa hemorragia cerebral, intraparenquimatosa, severa acidose metabólica incompatível com a vida às custas de elevados níveis de ureia e creatinina, toda inchada que mal cabia no leito. Estava em coma.  

Repeti a mesma medicação já que não respondia a nada. Exalava um mal cheiro que ninguém conseguia ficar no quarto. Apenas a velha senhorinha sentada estava e sentada ficou ao seu lado. Seria questão de horas e o óbito ocorreria. Fui frustrado para casa. No dia seguinte, como sempre faço, solicitei avaliação de todas as especialidades envolvidas e todas foram categóricas em condenar aquela “infeliz” moribunda. 

Quisesse, eu não teria o que fazer. Orientei apenas um conforto final e um cuidado respeitoso com a necessária dignidade de uma morte inevitável, de uma morte iminente.  

Cabisbaixa, sem palavra proferir, sentada continuava a negra senhorinha ao lado da moribunda. 

Voltei para casa. O pedaço mais gostoso de meu dia sempre foi voltar para casa. Madrugada alta, me ligaram do hospital pedindo autorização para suspender a medicação anti-hipertensiva da paciente, pois ela havia voltado a urinar e a pressão arterial se normalizara. Assim que amanheceu o dia, eu fui para o hospital. Entrei no quarto e não reconheci a paciente. Até achei que fosse outra pessoa. Perguntei e a enfermeira confirmou que era a mesma.  

Completamente desinchada, lúcida, orientada, sem sinais de sangramento vaginal, sem hipertensão, conversando normalmente e deambulando pelo hospital. Assintomática e sem se lembrar de absolutamente nada de horas atrás. Perguntei pela velha senhorinha e todos se admiraram com minha pergunta, pois segundo os funcionários e mesmo a paciente nem cadeira havia ao lado do leito muito menos nenhuma senhorinha. Insisti e ninguém vira nenhuma senhorinha ali em nenhum dia. 

Eu mantive a paciente internada por alguns dias e refiz toda a investigação anterior e todos os exames foram normais. 

Outros especialistas estavam envolvidos, e simplesmente desconheceram a incoerência dos fatos. “Que bom que melhorou.” Respondiam, indiferentes. 

Dei alta para a paciente e a acompanhei por alguns meses, sempre repetindo os mesmos exames. Um dia dei alta definitiva e nunca mais a vi. 

Há muito eu sentia necessidade de contar esta história, mas evitava, preocupado com o descrente irresponsável. Com medo que alguém me perguntasse pela magra senhorinha negra... Eu não saberia explicar.
  

 

A ARTE DE SER MÉDICO 2

18 maio, 2025


 

 

        

 

 

 

Um plantão agitado no pronto-socorro (PS) do hospital. Obedecemos a um chamado e a ambulância, já checada, saiu velozmente buscando o endereço citado. Ao som inconfundível, à nossa frente, carros se apertavam junto às calçadas, pessoas nos espreitavam curiosas e até os edifícios pareciam se debruçar, observando o trânsito se abrindo para nos dar passagem.  

Rapidamente chegamos à rua indicada e familiares agitados nos aguardavam na entrada da casa. Entrei e deparei com um senhor, RTC, mais ou menos quarenta e cinco anos, estendido na cama. Não atendia a comandos verbais, respirava com dificuldade, não apresentava sinais de localização neurológica e mantinha foto sensibilidade pupilar. Sudorese profusa, hipotensão arterial e, à ausculta cardíaca, apresentava severa arritmia. Sem perda de tempo, eu o submeti a uma entubação orotraqueal, e enquanto o enfermeiro preparava a medicação que eu solicitara, puncionei uma calibrosa veia central e o transferimos para a ambulância.  

Ainda ali, parados, corri um eletrocardiograma que mostrou uma corrente de lesão nas derivações V1, V2, V3, V4, V5, V6, Dl, Dll, Dlll, aVL e aVF, mostrando uma lesão ínfero anterior extensa do músculo do coração, que significa obstrução aguda de tronco de artéria coronariana esquerda e de coronária direita. RTC sofrera um grave Infarto Agudo do Miocárdio.  

Assim que chegamos ao hospital, o paciente evoluiu com parada cardiorrespiratória. 

Deslizamos suavemente a maca até a sala de emergência e iniciamos massagem cardíaca externa, ventilação mecânica com ambu e medicação protocolarmente orientada. Evolução com taquicardia ventricular sem pulso, bem revertida com cardioversão elétrica. Mais um pouco de manobras e o paciente recupera os batimentos cardíacos normais.  

Arritmia cardíaca é a maior causa de morte na primeira hora do infarto, por isso a necessidade de um atendimento rápido e eficiente.

A sirene de outra ambulância me tira a concentração por alguns décimos de segundo. Voltei ao foco e, após estar certo da estabilidade do quadro, levamos o paciente para a UTI, onde deveria permanecer sob rigorosa observação até a cicatrização da área miocárdica necrosada.  

Outro colega foi atender à ambulância que chegava. Não houve lesões neurológicas, porque começava a se agitar. Fizemos sedação venosa. Depois de devidamente instalado no leito da Unidade de Terapia Intensiva, monitorizado e aos cuidados de outro colega, eu voltei ao PS para ver o que acontecera com o paciente que chegara na outra ambulância.  

Outro médico o atendia. Era um garoto de sete anos. Vítima de ferimento por arma de fogo. O projétil transfixara o crânio. Coma profundo. Midríase fixa. Choque neurogênico.  

Neste momento, chega a lâmina de tomografia com a sentença de morte: o cérebro inundado de sangue. A linha isoelétrica do eletroencefalograma selava a sentença de morte cerebral. Apenas seu coração mantinha sinais de vida naquele corpinho inerte com batimentos regulares e fortes como se não quisesse se entregar, como se pudesse segurar a efemeridade da vida, como se pudesse escapar da eternidade da morte.  

Sabíamos que seria questão de dias, ou talvez de horas, e aquele coraçãozinho também se entregaria. Ajudei a levá-lo para a UTI. Depois de um momento de silenciosa tristeza, depois de assumir a nossa impotência diante da fragilidade da vida e da consistência da morte, abraçamos a realidade da animalesca estupidez do ser humano e descemos para conversarmos com os familiares.  

Acontecera que aquele garoto era filho do paciente infartado, RTC, que acabávamos de levar para a UTI. Assim que a ambulância saiu de casa com o paciente infartado, a família saiu de carro nos acompanhando. No trajeto se envolveram em um acidente de trânsito leve, mas que gerou uma discussão. O motorista do outro carro atirou contra eles e quem foi atingido foi o garoto.  

Assim que chegamos à sala de espera, onde os familiares aguardavam notícias, nada foi necessário dizer. O instinto materno daquela mulher desesperada leu em nossos olhos a frieza da desesperança. Abraçou-me forte como se quisesse que eu dissesse outra verdade, mas não existia outra para dizer. Apertava-me forte contra seu corpo. Gemidos de tristeza e um choro inconsolável e incontrolável se apossaram daquela mãe desprotegida. Suas lágrimas abundantes molhavam meu ombro. Outros familiares a levaram como se pudessem encontrar um bálsamo para aquela dor.  

Dois dias depois, aquele coraçãozinho cansou de lutar contra o inevitável e parou definitivamente. Seu pai, sem nada saber da morte do filho, ainda permaneceu internado por muitos dias, pois, em virtude das extensas lesões coronarianas detectadas pela angio coronariografia, foi submetido a uma cirurgia de revascularização miocárdica. Saiu-se bem. Ainda vive até hoje. Quase trinta anos depois, ainda chora por ter sido, indiretamente, é claro, a causa que desencadeou a morte de seu filho. 

O trânsito nos despersonaliza. Um mesmo motorista que buzina suavemente, nos alertando para uma porta entreaberta de nosso carro, alguns quilômetros à frente, se nos envolvermos em algo que não o agrade, ele pode nos agredir verbalmente ou mesmo fisicamente. É a ininteligível irracionalidade do animal racional. 

 

 

 

A ARTE DE SER MÉDICO

13 maio, 2025

 

TEXTO TIRADO DO MEU LIVRO "LEMBRANÇAS MÉDICAS"

 

A incrível necessidade de não morrer

                      

 

 

 

Volta Redonda, RJ — Década de oitenta. 

 

 

Pelo interfone, pedi à secretária que fizesse entrar o próximo paciente. Como sempre faço, eu fui recebê-la na porta do consultório. Chamei-a pelo nome, SRL. Era uma senhorinha baixinha, bem mais baixa que meus um e sessenta e cinco de altura. Noventa e três anos de idade caminhando firmemente, sozinha, ouvindo normalmente, trajes simples e humildes, chinelos tipo “havaiana”. Um desdentado sorriso de desconfortável insegurança. Nas mãos, que não eram trêmulas, apesar da idade, portava um envelope com exames.  

Estendi a mão para cumprimentá-la, beijei-lhe a face e, sem soltar sua mão, a conduzi até sua cadeira. Abaixei os olhos para anotar algo em sua ficha — sim, porque aprendi muito bem na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora, que a consulta começa na observação da entrada do paciente no consultório — e, quando a olhei novamente, lágrimas atrevidas deslizavam pela sua face muito envelhecida, mas, silenciosamente, gritando pela necessidade de vida. 

Pediu que eu olhasse seus exames de sangue. Peguei o envelope e corri lentamente os olhos por aqueles números  muito alterados.

SRL me disse que nunca tivera nada, sentiu-se mal, foi ao pronto-socorro onde foram feitos aqueles exames. Ao ver os exames, o médico de plantão, depois de medicar seus sintomas, a encaminhou para um nefrologista. Por isso, ela estava ali comigo.  

Seus exames mostravam que seus rins funcionavam mal. Escórias nitrogenadas que deveriam ser filtradas pelos rins e eliminadas na urina se acumulavam no sangue. Necessitava de uma terapia renal substitutiva, hemodiálise ou diálise peritoneal. Portava também um resultado de ultrassonografia abdominal que mostrava rins atrofiados e com ecografia de nefropatia crônica. Eu disse a ela qual seria o tratamento.  

SRJ parecia não querer ouvir essa verdade. Suas lágrimas não corriam mais pelo seu rosto, apenas inundavam seus olhos. Suas mãos, antes firmes, tremiam e, suando frio, desfaleceu. Pedi ajuda. Deitei-a em uma maca e a examinei. Estava bem. Sinais vitais normais. Logo, acordou. Perguntei se ela estava com medo da hemodiálise. Expliquei que esta terapia era, na verdade, uma substituição da função renal perdida. A hemodiálise, disse-lhe eu, não é o fim e sim a garantia da continuidade da vida.  

— Não posso morrer. — disse-me ela. — Sei que já vivi muito além da média de vida do brasileiro, mas, todas as noites, antes de eu dormir, debruço meus joelhos diante de Deus e imploro a minha necessidade de acordar. A minha necessidade de continuar viva. A minha necessidade de continuar com saúde, com força para o trabalho e lucidez para as tomadas de decisões.  

SRL contou-me rapidamente sua história de vida. Era filha única. Teve só um filho que lhe dera uma linda netinha. Há quarenta anos, seu filho e sua nora, juntos com sua netinha, sofreram um acidente de carro. O filho e a nora morreram, e apenas sua netinha sobreviveu. Em consequência de grave lesão neurológica, a sua neta, há quarenta anos não anda, não fala, não conhece ninguém, necessita de alguém que a alimente, faça sua higiene, que lhe dê banho, que lhe aqueça do frio, que afague seus cabelos e lhe encha de beijos...  

— Não tenho ninguém. Não posso pagar ninguém para me ajudar. Como vou fazer?  

Avisando o que eu faria, apliquei nela uma injeção de 15mg de midazolan, que a fez adormecer rapidamente. Chamei duas ambulâncias, uma para levá-la para a hemodiálise e outra para buscar sua neta em casa e interná-la no mesmo hospital até que se estudasse uma solução para o caso.  

Quando acordou, estava instalada já fazendo uma hemodiálise. Expliquei que sua neta estava internada e que, juntos iríamos estudar uma solução.  Depois da hemodiálise, já recuperada, recebeu alta e programada as outras sessões que faria durante o resto de sua vida.

A assistente social do hospital já trabalhava no caso. Com a neta internada, bem melhor depois de se adaptar ao esquema de hemodiálise, SRL não podia imaginar o que a esperava.  

Ia não sei onde, atravessando a rua quando foi estupidamente atropelada por um motorista inconsequente e morreu. Não teve tempo de se preocupar com o que iria acontecer com a sua neta. Não sei, mas acho que foi melhor assim. Recolhemos sua neta em uma casa de repouso municipal. Pouco tempo depois, ela também faleceu.

 

A medicina é bela... como é bela a medicina!

11 maio, 2025

Nestas quase cinco décadas no exercício da medicina, em todos estes dias de todos estes anos, em muitos momentos de todos estes dias eu pude testemunhar momentos mágicos que chegavam até a mim como um pedaço de história da vida de todo tipo de gente. Às vezes uma delas vem à minha lembrança e, muito bem me faz recordá-la. Hoje, segundo domingo de maio, dia das mães, eu me lembrei de uma passagem já descrita em meu livro "Lembranças Médicas", ocorrida no início da década de 1980. Rio de Janeiro. Eu deveria estar em casa junto com a minha esposa em seu primeiro ano de Dia das Mães, com nosso primeiro filho, ainda com nove meses de vida, mas, não, eu estava de plantão em um importante hospital do estado do Rio de Janeiro, na Emergência. Eu era também responsável pela enfermaria de pacientes que saiam da UTI e, lá estava eu, no quinto andar, quando o serviço de alto falantes me anunciou chamando para um atendimento que chegara na emergência. Eu desci imediatamente acompanhado de uma Residente que também estava de Plantão, Dra. Janete. Quando lá chegamos encontramos um jovem rapaz, mal cheiroso, sujo, muito sujo, desnutrido, desidratado, emagrecido, confuso tentando se agitar, mas, nem forças tinha para fazê-lo. A atendente de enfermagem já o havia contido na maca fria para que não caísse. Perguntou-me ela se deveria sedá-lo. Eu olhei para aquele ser imundo e, me pareceu que ele estava ali. não apenas para um simples atendimento médico. Algo mais nobre irradiava de seus olhos encovados pela desidratação. Chamei um outro atendente e pedi que dessem um bom banho no moribundo. Depois do banho uma roupa apareceu não importa de onde e, ele ficou outra pessoa. Dra. Janete ficou tão empolgada que ajudou a lhe cortar as unhas e o cabelo. Boa hidratação venosa e ele não era mais um doente. Disse que estava com fome e, se alimentou. Depois de se alimentar ele começou a chorar e contou a sua história. Disse que morava com a sua mãe em Angra do Reis. Disse que só a deixava sozinha para ir trabalhar. Sempre voltava para casa à noite para, juntos, deliciarem a gostosa janta que ela sempre preparava. Eram muito felizes os dois. Chorando copiosamente, disse ele que havia quase cinco meses que, ao chegar em casa, não encontrou a sua mãe.. Ela não estava. Ninguém sabia dela. Não havia nenhum registro na polícia nem no IML. Ela desaparecera. Depois de um longo tempo, já recuperado, o paciente pediu para ser liberado. Ele estava em todos estes meses à procura de sua mãe. Caminhava de cidade em cidade, até de forma desorganizadamente irracional imaginando encontrá-la na próxima curva do caminho. Eu desejei a ele boa sorte e ele se levantou para partir. Neste instante a Dra. Janete, a Residente me chamou a atenção para um fato que quase nos escapou. Ela se lembrou de uma senhora que estava internada sem identificação há vários meses na enfermaria do quinto andar. Era uma paciente resgatada em um atropelamento, exatamente na estrada Rio Santos, na altura de Angra dos Reis. Ela dera entrada em coma profundo, politraumatizada e, sem identificação, permaneceu na UTI por várias semanas. Agora, já sem risco de morte, estava na enfermaria sem nenhum déficit motor, porém, não se lembrava de nada, nem mesmo o seu nome .Imediatamente, sem lhe dar falsas esperanças, nós o colocamos em uma cadeira de rodas e, sem nada entender, ele se deixou levar até o elevador e, depois, até a enfermaria...Em frações de segundos ele se levantou da cadeira gritando de emoção. Era a sua mãe. Eles se abraçaram demoradamente com ela repetindo chorosamente o seu nome... recuperara a memória. DIA DAS MÃES, QUE PRESENTE!!!!

 

A Vida...

9 maio, 2025

Os pássaros cantam muito cedo, no amanhecer...

          O cantar dos pássaros, ao alvorecer, espalha ao vento as melodias da vida que continua, da vida nova que acaba de despertar, ou a vida que, em instantes deverá começar... Bem perto, ou, bem longe que possamos estar, sempre somos sensibilizados por estes acordes trazidos até nós. Trazidos por leves brisas conduzidas por fadas benfazejas, mais leves ainda. E, somos “feitos” ... somos a biologia... duas meias células se uniram em uma só, se multiplicaram e, se multiplicaram formando cérebros, pulmões, corações e todos os órgãos e sistemas... algumas se isolaram como células “tronco” para serem usadas, caso necessário. Agora, somos um corpo. Agora, somos guardião deste corpo. Procuremos levar uma vida saudável para proteger a única saúde que existe neste corpo. Conte conosco que somos profissionais da sáude.

 

5 maio, 2025

Alô amigos. Há quase meio século eu trabalho como médico. Sempre é bom termos a oportunidade de tirar dúvidas das pessoas com relação às doenças crônicas. Os pacientes diabéticos, hipertensos, portadores de doenças autoimunes que seguem regularmente o tratamento de sua doença, dificilmente, muito dificilmente terão complicações evolutivas de sua patologias de base.

Porém, em alguns casos, órgãos alvos são atingidos trazendo outras complicações. No caso dos rins, o desconforto  é o aparecimento de Insuficiência Renal Crônica. Procure logo o médico de sua confiança, para que o caso não chegue à necessidade de hemodiálise. No entanto, se for inevitável conter a evolução, se for inevitável ter que fazer Hemodiálise, não se desespere. Não faça de seu diagnóstico uma sentença de morte. Seu médico saberá conduzir você de tal forma que você consiga ser transplantado e, sair da necessidade de continuar em hemodiálise

 

3 maio, 2025

A cada semana, o número de infectados por vírus respiratórios aumenta muito levando pacientes a internação de emergência. com a SÍNDROME RESPIRATÓTIA, AGUDA GRAVE. Ponha em dia o seu cartão de vacinas. Vacine-se contra vírus respiratórios. Principalmente idosos e vulneráveis. A cada dia muitas doenças tentam entrar em nosso corpo e, nele, apenas uma saúde NÃO QUERENDO SAIR. Vamos cooperar com o nosso corpo não deixando de nos  vacinar. Não acredite em negativistas que invadem as redes sociais.